Thursday, July 19, 2012

Penguin

No outro dia nadei com um pinguim.... As coisas que acontecem nesta terra!!!

Estava muito bem no Arpoador, as usual, a ler um livro sozinha na praia. Estava calor, fui dar um mergulho. Até aqui tudo bem. Vejo um bicho dentro de água e pensei "Normal, esta terra tá cheia de pássaros estranhos". Olhando melhor, e uma vez que se aproximou muito de mim, reparei que era um pinguim a apanhar ondas, na dele, a curtir a cena. Começou a juntar-se uma multidão de criancinhas extasiadas com gritinhos estridentes: "Mamãe, um pinuim!! posso ir lá - posso posso posso?" - e eu "Ok, vou dar os meus mergulhos e pôr-me a andar daqui para fora antes que me roubem a bolsa que ficou sozinha e abandonada na areia", despedi-me do "pinuim" e fugi do arraial.




Viver Fora


A melhor descrição que encontrei sobre viver fora: "What Happens When You Live Abroad"

E porquê? Porque de todos os blogues e reportagens que se vêm por aí, desta nova onda de emigração (ou seja, malta qualificada entre os 20 e 30 anos que vai à procura de trabalho noutra terra) onde só se fala em como é difícil a adaptação, as saudades da família, voltar a casa de 6 em 6 meses, voltar ao país ao fim de um  ou dois anos, em que é uma situação provisória, que já se sabia que não se ia gostar de viver neste outro lugar, da comidinha boa, do sol, do frio, que era o único lugar em que há trabalho... enfim, um chorrilho de queixas, que eu também me queixo, atenção! Mas o sentimento não é livre, é uma condição de negação intrínseca, onde uma pessoa está aberta a novas experiências, tudo bem, mas no fundo no fundo, não as aceita.
O que eu quero dizer é o seguinte: este é um dos primeiros artigos em que eu vejo um sentimento de pertença ao novo local, onde ele diz que nós somos emigrantes que saímos do nosso país, mas agora somos imigrantes no nosso "novo" país. Acho que ele explica bem o sentimento de pertença ao lugar que nos acolhe, no meu caso, de braços abertos!
Não quero por isto dizer que uns estão certos e outros errados, é óbvio que é difícil emigrar, e as pessoas que ficam não se apercebem disto, mas nós também andamos tão "entretidos" com tanta coisa diferente que nem vemos o tempo passar. 
É complicado explicar que quando estamos fora do país nos apercebemos o que é estar sozinho... não é por falta de amigos, esses encontramos em todo o mundo. Mas aqueles 2 ou 3 amigos que conhecemos há milhares de anos e a quem despejamos a alma toda de vez em quando... esses ficaram, ainda por cima quando há tanta coisa para contar! Mas as novas amizades que fazemos aqui, são mais rápidas e aprofundam-se depressa (por força da necessidade? - ou por afinidade de situação?).
É complicado explicar que, por mais semelhanças que existam entre os dois países: as diferenças que são pequenas tornam-se gigantes ao fim de um tempo (mas depois adaptamo-nos e deixam de existir - ou queixamo-nos ad aeternum). Para além dos obstáculos óbvios: casa/trabalho/visto/dinheiro.

Bom, perdi-me de novo no raciocínio, (pai, umas dicas desse curso de escrita não?). Há portanto, e obviamente, vários tipo de emigrante, de entre eles há os que assumem um prazo e vão interiormente contrariados "tive que sair do país", há os que saem à procura de aventura e adaptam-se de uma forma provisória - gostam da experiência "tá muito giro, mas já chega", há os que vão mais ou menos por força da necessidade acabando por ficar mas always saudosistas, há os que se apaixonam pela nova terra, há os que negam as origens, há os que vão porque o companheiro vai e escondem os sentimentos de "viver a vida de outra pessoa", há os que têm família e ganham raízes, há os que ganham família e fazem raízes, and so on...

É muito difícil ficar longe da família e dos amigos, e com esta história do FB mostrar as vidas deles a acontecer (sem mim) deixa-me uma lágrima no canto do olho... mas ao mesmo tempo aproxima-me deles (uma vez que não somos de telefonemas nem de skypes, o FB é na verdade uma óptima ajuda!). A vida "lá" não pára, mas a vida "cá" anda a uma velocidade estonteante!
Tenho saudades, claro que sim. Nunca vou deixar de ter saudades, não vou deixar de me queixar de como a comidinha portuguesa é melhor e mais variada, até do frio tenho saudades, odeio estar tão longe dos meus cães, odeio ver os acontecimentos importantes passarem sem a minha presença (Cris & Kings - ver o meu bro de fraque ahahah)... enfim! Mas se quero voltar? No way! Estou tão bem, mesmo estando "tããão mal", ahahaha, não é uma boa analogia. Faz parte, a saudade faz parte.

Mas aquele sentimento de percorrer as ruas do Rio a pé e sentir que as conheço como se fossem minhas, ir sozinha ler um livro para o Arpoador ("Aprex" props Pedro) e sentir que já é um hábito meu, chamar as ruas pelo primeiro nome, sair para Santa nos fins-de-semana, ir ao BG tomar um chope às quintas, sei lá! No fundo é sentir-me em casa. Mas a minha casa também é especial: tenho a Rita e a Marga, e o meu irmãozinho Gether, são a minha família cá. Temos jantares de família, temos festas acolhedoras em casa de amigos com Party & Company e um copo de vinho, temos vizinhos, temos vários grupos de amigos  de diferentes nacionalidades espalhados pela cidade, temos os colegas de trabalho que são muito animados e dispostos a tudo (tanto sair à noite, como fazer trilhas de madrugada), temos os almoços na lagoa, temos praia e temos trilhas no centro da cidade (mesmo), temos brigadeiro, arroz com feijão, pé de moleque, paçoca, tapioca com queijo e côco, temos goiaba, manga, mamão, abacaxi, tamarinos, temos cachaça, caipirinhas, temos calor, temos samba, forró, arraiais, festas juninas e temos o Carnaval! 
(não vou enumerar o que não temos, fica para outro momento)

Uma grande amiga paulista que conheci quando vivia em Milão, veio ao Rio e quando estivemos juntas ela disse "Nossa Rita! Como é que eu nunca tinha pensado nisto antes! O Rio de janeiro é a sua cara! Você nasceu para viver nessa cidade." 







Friday, June 01, 2012

Badass Unicorn



É assim que me quero sentir ahaha!

Monday, May 28, 2012

Sushi Night


A Rita fez Sushi! 

E estava óptimo!!!
Aparentemente o JP (irmão da Rita que agora se encontra no México - keep up) fez um curso de sushi algures ao longo da vida dele, partilhando esse conhecimento com a Rita.

Um belo dia (era de noite depois do trabalho) chego a casa e deparo-me com uma actividade paranormal na cozinha, e eis o resultado:




E não é só Sushi, ontem foi um peito de frango com soja e um cremoso molho de natas, acompanhado por batatinhas aos cubos coradas no forno, e a Marga também não fica atrás! Na Páscoa a nossa família cá de casa foi brindada com um caril de frango de chorar por mais!

Props para a nossa happy family ;)

*acabei de receber um telefonema da Rita a dizer que hoje há fondue




Bacalhau



 Aos Sábados há a Festa Portuguesa no Mercado CADEG, na Zona Norte do Rio de Janeiro. O Gether ia lá conhecer o espaço, uma vez que ia fazer um trabalho para eles, e eu aproveitei a boleia! (também não era difícil convencer-me... eu sou muito fácil quando me oferecem comida)

A aventura começou quando saímos do metro na estação Triagem e não fazíamos menor ideia para onde ir - ou seja, não me serve de nada passear com um carioca no Rio. Lá perguntámos a um mecânico que estava na rua a fingir que mexia num carro descascado perto da entrada da estação, que nos contou a estória do seu tempo de trabalhador do clube Vasco da Gama (o clube dos portugueses aqui no Rio - conhecido como o eterno vice-campeão) e nos disse há exactamente quanto tempo trabalhava lá "34 anos, 7 meses, e uhmm......10 dias!"

Mais ou menos com um norte, lá seguimos e fomos perguntando direcções, sempre a mecânicos que são uma espécie fiável. Entrámos no mercado, um edifício gigante com blocos lá dentro que funcionam como quarteirões organizados ortogonalmente com ruas numeradas na transversal da rua principal. Supostamente as coisas lá são mais baratas, eu aceito essa premissa, mas um six pack de Superbock custava quase 20 euros.

Fomos até à rua 16 onde seria a tal festa portuguesa, e vimos uns restaurantes portugueses que me deixaram com água na boca, e atravessámos um restaurante de forma a entrar num logradouro que parecia saído de um filme do Tim Burton, mas versão tuga vá: atravessámos a toca do coelho tal qual a Alice no País das Maravilhas, e o tempo parou! Entrámos numa festa colorida, com bandeirinhas penduradas como às vezes se vê em Alfama, um palco montado no centro com concertinas e acordeões, e nos poucos metros quadrados em que não havia mesas estava uma multidão de emigras a dançar o vira. Era gente de todas as idades, apesar de a grande maioria já ser sénior.
Havia personalidades marcantes, mas que infelizmente não se destacavam pela sua diferença uns dos outros, uma vez que eram muitos - passo a descrever um indivíduo que me fascinou em particular: novo, com cerca de 30  anos, uma t-shirt num tom "rôxo-escuro-não gay" com gola em V, de forma a poder mostrar os fartos pêlos do peito, muito moreno, com um farfalhudo bigode à Zé (não sei que tipo de bigode é este, mas é a melhor maneira que eu tenho de descrever este evento capilar) e barba rija por fazer. Por acaso estava de ténis calçados, poderia ser uma coisa com mais classe, mas ainda assim não estragou o conjunto. O mais importante, a meu ver, eram os pesados colares de ouro, que se encaixavam com perfeição no decote acentuado da t-shirt, tal qual numa moldura feita à medida. A atitude de macho latino com que dançava era de uma classe superior à de qualquer outro mamífero que se encontrava nas redondezas, tinha até um ligeiro ar de despreocupação com a concorrência, claramente confiante na sua atitude de homem dançante - a companheira era provavelmente a sua esposa, mas ser-lhe-ia indiferente se fosse a Bárbara Guimarães ou a Floribela (as suas divas de eleição), ele estava num mundo próprio.
Posto isto, chegou a comida: um delicioso bacalhau assado na brasa, posta alta bem salgadinha, regado em azeite e acompanhado por umas batatas cozidas cobertas com cebola e bastante alho picado, tudo servido numa travessa de barro. Eu nunca tinha bebido cerveja em Portugal, mas institivamente apeteceu-me perguntar "tem Superbock?" - não perguntei, e caiu-me a real quando o empregado falou uma coisa qualquer em brasileiro e o meu espírito andou 3 passos para trás... decepcionado. Eu queria um Sr. Manel ou um Sr. Zé de bigode branco a servir à mesa com um ritmo alucinante e nervoso a perguntar: "vai mais um pãozinho pá menina, uma imperialzinha pode ser? Sai mais uma dose de batatinhas para a mesa 5" (gosto muito dos diminutivos lisboetas).
Lá nos lambuzámos com o bacalhau, o melhor que comi até agora aqui no Rio, e fomos ver os doces, que não tinham grande aspecto, e sabiam ao ar que tinham.

Foi muito bom! Adorei! A repetir!


Desenho


Na semana passada fui fazer um desenho na prancha do Luís, ele tinha-me pedido para esquematizar o Cristo Redentor, e eu fiz uns sketchs que levaram a aprovação do cliente (ehehe) Ficou um estilo meio stamp,  simples e objectivo, com linhas grossas e pouco detalhe.

Fui ter com ele a casa da mãe do shaper (long story) que era uma espécie de pintora reformada. O Cordeiro foi fazer uma avaliação técnica da qualidade da prancha (aquelas coisas de surfista: ah e tal é pouco larga para ti, mas é mais grossa e tem flutuabilidade, e a tip é isto e o tail é aquilo)
Arranjamos maneira de interromper o serão da senhora mother of shaper, e ocupamos a mesa da sala com a prancha para começar a desenhar (ela ainda ia espreitando por baixo dos meus braços para não perder o enredo da novela). Comecei com carvão para tentar fazer as proporções correctas, mas como eu tenho pouco jeito para a coisa, e não estou nada habituada a desenhar coisas tão grandes, demorei mais ou menos uma hora a fazer o carvão - com as críticas assíduas dos meus dois assistentes (com uma desistência pelo meio - eu compreendo a falta de paciência) lá conseguimos chegar a um desenho aceite por todos.
A parte do marcador demorou 5 minutos a fazer... 
O mais difícil foi a cara, porque era um marcador muito grosso, mas nada de impossível. O resto já foi mais freestyling, e acho que o resultado final até ficou fixe. Foi a primeira vez que me aventurei a desenhar numa prancha e acho que correu muito bem!

uma hora com o carvão


5 minutos com o marcador

... no processo de apagar o que estava a carvão

Luís, visivelmente orgulhoso com a prancha nova 

Sunday, May 27, 2012

Ser Carioca

Vi isto algures na net, e não resisti...:

"Ser Carioca é... 
Começar alguma conversa com o usual "olha só..."
Ser marrento porque pode ser... afinal, olhe só onde a gente mora!
Dar inveja nos "não cariocas" pelo simples fato de sermos cariocas...
Indignar-se com a inveja dos "não cariocas" com o habitual "faaala sério"
Tratar tanto homens quanto mulheres de "cara" sem que isso seja considerado afronta...
Ter certeza de que esta é a cidade mais linda do mundo;
Falar com o "R" arrastado e com o "S" com som de "X" e exagerar ainda mais quando está perto de paulistas;
Saber que as maiores torcidas do mundo estão aqui!
Saber que o maior estádio do mundo é o Maracanã;
Saber que a maior floresta urbana do mundo é a Floresta da Tijuca;
Saber que a maior favela do mundo é a Rocinha;
Entender porque a maioria dos estrangeiros acham que o Rio de Janeiro é a capital do Brasil;
Aplaudir o pôr-do-sol no posto 9;
Beber no AM/PM antes da night;
Comer na Pizzaria Guanabara depois da night;
Acabar a noite no Jobi ou no Emporio;
Parar no meio da night estrategicamente no Bar do Osvaldo e depois chegar na boate à uma da manhã;
Ver o nascer do sol na praia depois da night;
Ficar feliz com o horário de verão começa, porque isso significa uma hora a mais na praia;
Agir com naturalidade ao encontrar artistas globais na rua;
Buzinar assim que o sinal abre;
Tomar mate sempre que estiver com sede;
Torcer para alguma escola de samba, mas viajar no Carnaval por que a cidade fica cheia de paulistas;
Sair no bloco do Suvaco e no Simpatia é Quase Amor;
Sair da Faculdade na segunda-feira e passar no Baixo-Gávea pra tomar uma gelada.
Ir à praia sempre no mesmo lugar;
Acampar na Ilha Grande pelo menos uma vez na vida;
Odiar os argentinos que vão para Búzios nas férias e tratam as brasileiras como lixo;
Passar horas na academia, nem que seja fazendo social;
Ter amigos no condomínio onde mora;
Ter amigos na academia onde malha;
Fazer amigos na praia;
Ir ao shopping fazer compras e não fazer social, porque isso é coisa, de paulista;
Saber que as obras do "Rio Cidade" foram desnecessárias, mas até que ficaram bonitinhas;
Odiar a atual situação das praias da Zona Sul;
Estar sempre perto de uma favela;
Morrer de rir ao ver paulistas dançando funk na televisão, como se esta fosse a última moda;
Usar os engarrafamentos para comprar biscoito Globo e apreciar a paisagem"

Rede


Hoje comprei uma rede para o meu quarto!

O dia já me tinha começado bem: acordei relativamente cedo (para um domingo), saí de casa para ir ter com amigos que estavam a surfar no Arpoador... Como leitores assíduos, obviamente que já sabem que aos domingos fecham a estrada na orla da Zona Sul e do Aterro, e como tal, é uma diversão completa observar as aves raras (não me estou a referir a pássaros exóticos, apesar de ter visto algumas araras) que deambulam por Copacabana...
Enfim, peguei num suco de goiaba (para a viagem = para levar) e fui a ouvir Ten Years After live @ woodstock até ao Arpoador, que, como dá para imaginar, me fez sentir parte das espécies raras cariocas - uma vez que fui a cantar e a dançar sozinha o caminho todo!

Estava um dia de praia fabuloso...

Devo informar que este post foi escrito e publicado na rede nova... só para estrear.



Sunday, May 13, 2012

Hoje deu-me para isto...



...props à família Antunes pelo chocolate vindo de Portugal

Wednesday, May 09, 2012

Pedra da Gávea


Numa das que foi, até hoje, uma das mais arriscadas e, digamos, estúpida aventura em que já me meti...

Gether: "Bora subir a Pedra da Gávea?"
Eu: "Porque não? Siga!"
.
.
.
.
Sou tão burra...

Mal eu sabia no que me estava a meter!

O Gabi também foi enganado e juntou-se a nós. Entrámos pela Barrinha depois de nos aprovisionarmos com garrafas de água, bananas, e barras de cereais. Ainda não tínhamos entrado na trilha e já estávamos cansados da subida! (o pior é que não estou a brincar)
Fomos subindo pelo meio de uma vegetação densa, numa trilha bem delineada com degraus feitos a partir de raízes e pequenos troncos. À medida que íamos avançando e que a trilha ia ficando cada vez mais inclinada, os obstáculos ficaram também mais difíceis: algumas rochas para trepar, parte delas com água, o que não era nada fácil de fazer contando com a minha soberba decisão de ter ido de Allstar - genius!

Como andávamos sempre a olhar para o chão - por razões óbvias, e havia sempre verde por todo o lado (e por cima também) não deu para ver a paisagem ou para ter noção da altura a que estávamos. Mas ocasionalmente havia uma clareira que despia a floresta e dava para ver a Barra da Tijuca toda! E como tínhamos subido!! Infelizmente apareceu uma malfadada nuvem (eu ando com um péssimo karma - devo ter feito muito mal a alguém numa vida anterior, e a coisa não está a passar nada rápido - espero vir a ser compensada ainda nesta vida).
Voltando à nuvem: há duas teorias a explorar. A primeira centra-se no tal karma, em que me sacrifiquei fisicamente e espiritualmente para subir a montanha durante duas horas e quinze minutos - parte desse percursos em que temi pela minha vida (já lá vamos) - para finalmente chegar ao topo e não ver nada!! NADA! Tá bem que tinha um cheirinho a estevas, e me trouxe recordações de Portugal, e veio aquela lágrimazinha ao olho... mas mesmo assim! Subir a Pedra da Gávea e não ver a vista é triste. Segunda teoria: ainda bem que a nuvem apareceu porque se subíssemos aquilo tudo ao sol (a última parte do percurso era descoberta) não teríamos aguentado o calor. Mas na minha opinião, só foi bom pelo momento em que estava pendurada na Carrasqueira (parede rochosa, quase no topo, em que se tem de fazer escalada para prosseguir caminho, normalmente com cordas, que não havia nesse dia, obvio) deitada de bruços abraçada à rocha sem apoio para os pés nem para as mãos, nem para cima nem para baixo, em que deitada é apenas uma expressão que não representa a horizontalidade da rocha, uma vez que eu estava na vertical... e felizmente não via a vista - porque se eu soubesse a verdadeira dimensão da queda, talvez tivesse perdido as forças e tivesse verdadeiramente caído. Foi só por isso que a nuvem foi bem-vinda... porque a lama toda que adveio da chuva que ela provocou não foi nada agradável... allstar-chuva-lama-rochas-escalada-descer o que escalamos-lama-sangue-chuva-allstar

A descida é que foi animada! Sempre a abrir, a deslizar nas rochas, sempre a correr, saltar, tropeçar, escorregar, cair e levantar! Joelhadas nas rochas, sangue, suor e cansaço! E no final.... um fantástico duche numa cachoeira top! Foi mesmo um banho refrescante para tirar a lama toda do corpo antes de voltar a entrar na civilização! Abençoada cachoeira.

E depois, para terminar o dia em grande, fomos dormir a casa do Giovanni (Open Road Studios - casa na floresta da Tijuca) onde fizemos um delicioso churrasco (picanha, pimento vermelho e amarelo e cebola) com direito a bolo de chocolate quentinho, tudo isto na varanda enquanto estávamos a ser iluminados pela "super moon" (16% maior e 30% mais brilhante - allways the numbers)... e no dia seguinte, Vista Chinesa.

Perfect!
(excepto pelas dores no corpo todo nos 3 dias seguintes...)

the beginning - que ingénuos!
all the way up up up!

Antes da nuvem chegar



a vista da Carrasqueira...ou a nuvem!


Carrasqueira, ainda optimistas a pensar que conseguíamos subir tranquilamente e sem cordas
not so funny now


no topo da Pedra da Gávea - parece desespero? ...talvez
Abençoada Cachoeira!
Open Road Studios -  Jantar!!
Os malfadados Allstar - not good for trekking
Open Road Studios - Negueba

Open Road Studios - Super Cat
Vista Chinesa

Jazz no Morro


Na primeira sexta feira do mês existe uma conceituada festa de jazz na favela Tavares Bastos, perto do Catete.
Na base do morro pode-se pegar uma Combi (Pão de Forma VW) em perfeitas condições de mobilidade e segurança, por uns válidos R$2, que nos deixa lá em cima na Rua Tavares Bastos. À saída da combi já se encontram uns moços com coletes florescentes para ajudar a encontrar o local exacto da festa.

Agora o lugar:
Chama-se "The Maze", porquê? Porque significa labirinto. Porquê? Experimentem ir lá sozinhos para ver se encontram o fim da rua e depois falamos.
Reza a lenda que se trata de um B&B de um correspondente da BBC no Brasil, que se apaixonou pela casa na favela, e de vez em quando levava uns amigos para tocar um jazz. Uma coisa leva à outra e surgiu o Jazz no The Maze na primeira sexta-feira de cada mês.

Fui com o Francesco (italiano que trabalha comigo) e com um amigo dele, o Giacomo, que estudou em Lisboa - só arquitectos, não sei se isso quer dizer alguma coisa. Depois de uma semana inteira a gramar com chuva, soube mesmo bem sair para uma agradável noite sem aguaceiros, e com uma temperatura relativamente agradável.
Ao atravessarmos por um labirinto de ruas apertadas onde só cabe uma pessoa, com roupas penduradas nas janelas, vasos de flores dispostos de forma aparentemente aleatória, portas e janelas de cores e dimensões peculiares, todo o tipo de pavimentos que se possa imaginar, finalmente chegámos ao Maze. Não era tarde, mas já estava casa cheia (achava eu... meia hora depois estava casa mesmo, mesmo cheia) e a música já tocava. Já me tinham dito que o mais impressionante era a vista, e realmente, com aquela lua fantástica, a noite limpa e estrelada, a Baía de Guanabara sossegada: perfeito! Mas o que eu gostei mesmo foi da música, confesso que estava à espera de qualquer coisa mediana, mas foi mesmo top!

A repetir na próxima sexta feira sim!

Saturday, April 28, 2012

Arpoador

This is living...

A Pedra do Arpoador é o meu lugar preferido do Rio.
Fica entre Copacabana e Ipanema, é um conjunto de pedras grandes, que ficam meio puxadas para a frente na praia. Tem uma vista fantástica sobre Ipanema e Leblon, com o morro dos Dois Irmãos lá ao fundo.


O programinha habitual é ir para o arpoador ao final do dia para ver o pôr-do-sol, e quando o sol "toca" na água começam todos a bater palmas... é arrepiante! Eu uma vez estava a correr em Ipanema e enquanto percorria a orla, e toda a praia se foi levantando para aplaudir de pé aquilo que é um evento vulgar e diário, mas que tem uma beleza tão extraordinária, que merece uma agradecimento da raça humana... Surreal!
No primeiro grande Pôr-do-Sol do ano (choveu nos primeiros dias de Janeiro) a praia estava tão cheia que parecia um festival de verão - com direito a notícia de televisão e tudo!

Sempre que há algo digno de celebração (aniversários, um novo emprego, visitas de amigos, a torrada caiu ao chão com a manteiga virada para cima, por exemplo) vamos para a pedra do arpoador festejar. Só ficar lá meio sentados meio deitados na pedra ainda quente do sol, levar uma garrafa de champanhe ou umas cervejas, ficar a ver os surfistas (tem holofotes a apontar para o mar), com aquela vista fantástica: sinto-me automaticamente feliz por morar aqui.

É o meu lugar preferido aqui no Rio...


Pôr-do-Sol na pedra do Arpoador

Dia de praia perfeito!


Friday, April 27, 2012

Se não Entenderes Eu Conto de Novo Pá


A editora Tinta da China decidiu estrear-se por terras cariocas com uma abertura em grande!


Ricardo Araújo Pereira, que dispensa apresentações, veio ao Rio lançar um livro com alguns dos textos que normalmente escreve para a revista Visão: Se não Entenderes Eu Conto de Novo Pá. Já conhecia a maioria dos textos através da Visão Online, mas estes foram especialmente seleccionados para o público brasileiro. E porquê? porque eles não têm de gramar com as nossas politiquices, e não vale a pena enfadá-los com situações da vida dos nossos pseudo-famosos - perfeitos desconhecidos para os 190 milhões de brasileiros (give or take).
A grande maioria dos brasileiros não sabem quem é o RAP, nem os Gato Fedorento (apesar de acharem o nome divinal). A maneira como nós falamos é uma barreira muito grande na comunicação, e eles perdem logo a atenção. Acho mesmo importante que as editoras procurem introduzir os autores portugueses, uma vez que na escrita essa barreira linguística é quase nula (nem vamos falar no acordo ortográfico). Para além de, apesar de o número de leitores não ser percentualmente tão alto, estamos a falar de um público infinitamente maior que o português em termos de população consumidora.


Foi na Livraria Travessa no Shopping Leblon... que tem uma grande variedade de livros, num espaço amplo e extremamente agradável. Parece mesmo aquela biblioteca cosie que temos lá em casa... só é pena ficar no meio de um shopping (mas há outras espalhadas pela cidade), apesar disso, eu perco-me no meio dos livros e acabo por me extraviar da percepção temporal.
Obviamente que a quantidade de portugueses que deambulavam pela livraria nessa tarde foi bem mais elevada que o normal. A sala onde foi feita a apresentação do livro encheu, e estavam mais pessoas de pé do que sentadas. Fiquei até positivamente surpreendida por ver que havia tantos portugueses quanto brasileiros na audiência. A apresentação foi feita por Arnaldo Bloch, e não me vou pôr a divagar por todas as referencias literárias, as dissertações sobre Wittgenstein, rinocerontes, gatos e baratas... Foi muito divertido assistir a uma animada discussão onde se falou de tudo um pouco, mas aquilo que ficou assim meio no ar durante uns bons minutos foi quando, após a leitura de alguns textos (perfeitamente hilariantes) Arnaldo Bloch decidiu mencionar que "o Ricardo é o Cristiano Ronaldo da comédia" - poker face! - acho que o tempo de recuperação para esta fantástica afirmação foi mais longo para o Ricardo do que para o resto da audiência.
Posso dizer que correu tão bem, que fiquei mesmo orgulhosa por ver que o livro vai ter sucesso aqui! Os meus colegas cariocas também já mostraram algum interesse (mais por causa da entrevista no Jô, mas enfim, uma coisa leva à outra e pode ser que comprem o livro), e espero que venham muitos mais eventos como este!

Thursday, April 26, 2012

books

E porque a vida aqui não é só trabalho e festas, há também que falar de livros!

Eis que comecei a minha vida no Brasil com umas leituras softs: Jane Austen (Pride and Prejudice seguido da minha prenda de natal: Persuasion) e depois a coisa complicou-se! Já só tinha o Catch 22 para ler (do Joseph Heller), mas apesar de já conhecer o filme, e adorar a paródia militar toda, tive algumas dificuldades para ler este livro. Tem demasiados termos militares que não são assim tão fáceis de entender, mais porque uma pessoa não tem bem a certeza se é mesmo aquilo que significa uma vez que a situação em que se encontram algumas palavras já são tão surreais e absurdas, que a sua tradução verdadeira só iria tornar ainda mais absurda a coisa - prefiro não acreditar que estou mesmo a ler certa frase da forma correcta.

Em algumas livrarias já se consegue obter uma maior variedade de livros em Inglês (porque ainda fico ligeiramente incomodada com traduções para "brasileiro" - irrita-me só um bocadinho) e encontrei um poket book do Alexandre Dumas - The  Three Musketeers, que no bolso não cabia de certeza... Bom, adorei o livro, ri muito, fiquei ansiosa com as aventuras todas, a escrita é fantástica (nada de demasiado histórico, se fizermos uma comparação estúpida com Tolstoy) e fiquei com pena quando acabou! (esta semana comprei o The Count of Monte Cristo, já está preparadinho para ser devorado, eheheh)

Logo de seguida dei mais uma lambidela no livro do Pedro Rosa Mendes - Baía dos Tigres. Um conjunto de histórias recolhidas numa viagem de Angola a Moçambique, em que o próprio percurso feito pelo autor já é uma história e tanto! (para não falar das censuras que vieram a seguir, nomeadamente no início deste ano, há coisas giras nos tempos de hoje) Vale muito a pena ler. Eu li antes de ir a Angola, e voltei a ler agora, e continuo a ser absorvida. Até porque as personagens são reais, fala-se da guerra (das guerras), dos sobreviventes, dos lugares que foram, e que deixaram de ser, das minas, da pobreza, da noite, da morte, dos culpados e dos inocentes, de tudo.

E agora numa nota completamente diferente, estou em vias de terminar The Unbearable Lightness of Being, de Milan Kundera. Com algumas introduções à guerra e censura, faz-se uma dissertação sobre relacionamentos, sentimentos profundos, amor/paixão/compaixão, tudo usando como medida o "peso", a leveza ou o pesar do sentir. Muito bem escrito, estou a passar por aquela fase de embalagem de champô, não quero que acabe: gasta-se metade em 3 dias, e o resto da embalagem dura 3 meses a acabar... estou a fazer durar o livro....



Sunday, April 22, 2012

Nascer do Sol

Mudei a cama de sítio, e vi isto da janela do meu quarto:



ahahahaha... roam-se de inveja! "This is Rio baby yeah!" (ler com o british accent do Austin Powers)

Correr no calçadão

Aconteceu que comecei a correr.

Não estava na minha lista correr no calçadão, mas fiquei a gostar da coisa.
Correr à chuva então, é outra coisa! Não há ninguém a andar de bicicleta, nem putos de skate a andar aos esses no meio do caminho, nem crianças deseducadas com os respectivos progenitores a andar em sentido contrário....

Fazia o percurso de Copacabana (desde a Miguel Lemos) passando pelo Arpoador, Ipanema inteira (lindo lindo lindo), cruzava no Jardim do Alah (meio perigoso à noite, sem iluminação nenhuma) e entrava na Lagoa em direcção a casa.

Mas agora já percebi que a Lagoa é bem melhor, a vista pode não ser tão bonita, mas é muito menos poluída, e tem menos gente...para além de que são mais quilómetros e obriga-me a correr mais. E depois como é um percurso circular, cruzamos-nos com as mesmas pessoas, é engraçado.
Ao menos durmo melhor nos dias em que corro.

Jazz às Quartas

Ora, existe uma praça que fica no centro chamada Praça Tiradentes (for real) onde se situa o Real Gabinete Português de Leitura, uma biblioteca lindíssima estilo neomanuelino que parece saída de um filme do Harry Potter.






Já a Praça Tiradentes ganhou o seu nome derivado de um herói/mártir da independência brasileira, que foi executado lá perto da praça. Aparentemente ele era um homem com mil profissões, uma das quais era precisamente dentista... daí o nome. Tá explicado.

Agora o Jazz.... 

Existe uma banda de Jazz chamada Nova Lapa Jazz, que tocavam na Lapa, mas que se mudaram para a Tirandentes por razões que eu desconheço, e tocam todas as quartas-feiras à noite! É aberto a todos, gratuito, de graça, à borla!
Tocam um jazz meio funk, com um cheirinho de ska. É um ambiente descontraído, mesmo para quebrar a tensão laboral a meio da semana. É pena não começar mais cedo, mas também não acaba assim tão tarde. Para além que toda aquela envolvente arquitectónica imprime um certo carácter ao espectáculo todo... é cenograficamente imbatível! Tem todo o tipo de gente, mas é mais malta nova, alguns gringos, e algumas pessoas que saem directamente do trabalho e não é estranho ver-se pessoal de fato e gravata a curtir o som com uma geladinha na mão.
Agora começaram a apresentar outras bandas, e na semana passada foi uma fanfarra francesa muito divertida! Acho que me vou tornar habitué...





Rescaldo do Carnaval

Com o Carnaval a acabar, a cidade morre um pouco, e as pessoas vão-se abaixo. Sente-se mesmo uma certa ligeireza espiritual, que contrasta com a euforia extrema dos dias anteriores.

Mas cá em casa a coisa estava animada.
Um amigo da Marga ficou sem poiso para dormir e pediu-lhe para ficar cá em casa, mas ele vinha com um amigo que nós não conhecíamos. Não é que o moço me entra em casa e não é que ele tinha estudado com a Rita e ficaram os dois feitos parvos a olhar um para o outro, como que a abrir ficheiros dentro da cabeça e tentar cruzar dois mundos diferentes para conseguir encaixar aquela pessoa num ambiente completamente estranho.
Então, com o Álvaro e o Silveirinha cá em casa, o que não faltava era programas animados pós-carnaval. Fomos à Joatinga (a minha praia de eleição aqui no Rio) para mais um dia perfeito de praia, onde o Silveirinha conhecia já meio mundo. Não resistimos e fomos à casa do Giovanni (B&B na floresta da Tijuca: Open Road Studio) onde as coisas acontecem. Foi assim mais uma daquelas noites extraordinárias, onde os astros se alinham (eu não percebo nada de astrologia, mas tenho a certeza que havia qualquer coisa planetária alinhada) e se reúnem um conjunto de acasos que formam uma conjuntura especial.
Fala-se de tudo um pouco - livros, política, comida, bebida, fotografia, ambiente, ciências, helicópteros, cães & gatos, etc - mas a música é sempre o assunto dominante daquela casa. Obviamente que não podia faltar um showzinho musical. É um ambiente muito íntimo e familiar, as pessoas conhecem-se e formam-se boas amizades, e até se fazem conhecimentos profissionais descabidos. Estava lá um amigo de alguém, que nós não conhecíamos, com um cavaquinho, e juntou-se ao Giovanni para tocar com ele. Bem! Uau! Foi muito divertido! Acontece que ele é um músico de São Paulo que viveu nos Estados Unidos a tocar sambas brasileiros traduzidos para Inglês, mas muito bom! Le Andrade deu um show até às tantas da madrugada! Acho que ninguém queria sair dali (mas isso já é particular daquela casa).


Carnaval II

Continuando a saga carnavalesca, e para os posts não se tornarem demasiado grandes, vai mais uma descrição dos dias seguintes...
Ora, os blocos são às centenas, e todos os dias existem mais de 20 blocos espalhados pela cidade. Tivemos de fazer uma selecção dos que queríamos ver, e depois foi só seguir o aplicativo do iphone com os horários dos blocos, descrição, mapa....the real deal! A lista saiu assim com umas semanas de antecedência, não queremos que ninguém seja apanhado desprevenido!

Fomos assistir a um, cujo nome agora não me assiste, mas que começava bem cedo, no Aterro do Flamengo. O calor era insuportável (em Fevereiro estamos no pico do verão) e como podem imaginar, aquilo estava cheio de gente animada para a festa, e a maioria já estava com o depósito atestado, no que diz respeito a cerveja, obviamente... e relembro que ainda eram onze da manhã! O dia ainda estava para começar!! (Escusado será dizer, que, com aquelas temperaturas o álcool bate um pouco mais que o normal).
Enfim, foi uma animação! Tocaram assim um ska meio samba, que deu para dançar muito!
Nós as três, eu a Marga e a Carol (amiga da Marga que vive em SP, mas veio passar o carnaval connosco) fomos vestidas de havaianas: uma ligeira adaptação à fantasia de índias, a mesma saia, biquínis, umas flores et voilá! Fomos muito animadas pela rua fora, onde nos cantaram uma animada música "ha-vai-â-ná! qui sobe qui sobe qui sobe!..." Foi o nosso theme song do dia, juntamente com o "eu quero chu! eu quero cha! eu quero chu-cha-cha-chu-chu-cha!"...
Não quero que me julguem pela futilidade de andar na rambóia durante dias a fio, a saltar de bloco em bloco, a cantar músicas de qualidade duvidosa, e dançar pelas ruas de braços no ar... O Carnaval de Rua do Rio de Janeiro é uma experiência sócio-antropológica sem igual, que não se consegue descrever por palavras, nem por vídeos, nem por nada: tem que ser vivida in loco.

Anyway... Nessa tarde fomos para Ipanema, assistir ao Simpatia é Quase Amor, que foi muuuuuito bom! À beira mar, na orla, o grupo finalmente todo junto, a cantar, dançar, e depois fomos dar um mergulho no mar! Perfeito!
À noite não há blocos, mas há animação nas ruas! Fomos para a Rua Vinicius de Morais onde nos encontrámos com outro grupo de portugueses, e depois fechámos a loja, porque no dia seguinte tínhamos um bloco que prometia ser bom.
Havaianas: Carol, Marga, eu
Na segunda-feira fizemos um café da manhã especial. Mandámos vir pão, queijo, fiambre, ovos, etc, e comemos que nem uns lordes. O Pedro juntou-se a nós, e juntamente com o Gether, a Carol e a Marga, fazíamos uma tribo índia já com alguma categoria (o JP tinha ido para SP tirar um curso).
A Tribo dos índios Tuga-uhga: eu, Gether, Pedro e Carol (a Marga estava a tirar a foto, ehehe)

Fomos assistir a um bloco que toca músicas dos Beatles em samba, são os Sargento Pimenta, no Aterro do Flamengo. Como já  lá tínhamos estado no dia anterior, já sabíamos o que é que nos esperava, então chegámos mais cedo para procurar uma sombra e um sítio porreiro para ficar. Entretanto o grupo separou-se, e acho que só nós é que gostámos do bloco! Ficámos à sombra de umas árvores, com o ónibus onde a banda se encontrava virada precisamente para nós. A bateria, que estava na frente do ónibus, estava meio descoordenada e eles tiveram alguns problemas técnicos que atrasaram bastante o início da festa, e qual foi a solução que eles se lembraram que pudesse melhorar a comunicação musical entre a banda e a bateria? Meter a bateria à frente da banda! Perfeito!! Ficámos ao pé da bateria, de frente para a banda, à sombra, e com cerveja geladinha! Foi muito bom!

Nessa tarde, atravessámos o centro da cidade para ir à Praça XV onde nos encontrámos com um amigo do Pedro, o Lucas, que estava num grupo que leva o carnaval mesmo a sério, e todos os dias têm fantasias diferentes e bem elaboradas! Nesse dia estavam vestidos com camisa branca, gravata, colete estilo italiano, cachimbo na boca, cartolas na cabeça, e umas lustrosas boxers. 12 mamarrachos de cartola fazem um grupo engraçado!

Acabámos a noite nas Escadas da Lapa, um ambiente mais particular, onde parece que todos nos conhecemos só por estar ali a ouvir meia dúzia de gatos pingados a fazer barulhos com o que têm mais à mão de forma a gerar música crua (mesmo crua, como se ainda não tivesse sido cozinhada)

Foi um dia enorme.